SOBRE O NATAL



    Há quem diga que o Natal é a época da hipocrisia. Eu não acredito. O Natal é, talvez, a única altura do ano em que as pessoas decidem parar um pouco e refletirem sobre as suas vidas. O que fizeram e não deviam, o que deveriam fazer e não fizeram. O que disseram e não deviam ter dito, o que não foi dito e o deveria ter sido. Pensamos nas pessoas que encontramos, naquelas que se afastaram. Fazemos uma revisão total pelo ano que está prestes a terminar e começamos a planear o que se avizinha. Imaginamo-lo diferente, depositamos no novo ano todas as nossas expectativas, todos os nossos sonhos por cumprir, tudo o que devíamos já ter feito, mas que as circunstâncias da vida ainda não nos permitiram. 
Talvez por isso mesmo a passagem do ano seja tão próxima do Natal. As pessoas começam a preparar-se para um novo ano, uma nova época, um novo futuro, onde podem recomeçar do zero e agarrar as oportunidades que a vida lhes trouxer. Há quem pense que a sorte nunca lhes vai bater à porta, mas a verdade é que um dia ela bate. Nunca quando queremos, mas sempre quando menos o esperamos. Por isso, acho que devemos sempre tentar, acreditar, investir, lutar, porque um dia o jogo vira e chega a nossa vez de ter sorte.
Eu gosto do Natal por isto: faz-me refletir, faz-me acreditar que coisas melhores vão acontecer, que o que ficou para trás ficou arrumado e que o futuro é um mundo aberto de possibilidades. O encanto do Natal não é só o espírito de entreajuda que se vê nesta época, o encanto do Natal é, essencialmente, a nossa reflexão sobre o mundo e a forma de como estamos a encarar a maior empresa que temos em mãos, que é a nossa vida.
Adoro o Natal por tudo o que ele representa. Em criança gostava do Natal pelas prendas e porque ia – com certeza – receber brinquedos novos, na adolescência porque iria receber – com certeza – um leitor de mp3, e agora gosto do Natal porque o posso partilhar com as pessoas que mais amo, que são a minha família e os meus amigos.
O natal é mágico, mas só quando as pessoas decidem arrumar na gaveta os ódios, rancores e inimizades. O futuro só começa a ser melhor, quando as pessoas decidem olhar para ele de maneira mais positiva e alegre. A mente é poderosa, e muitas vezes, os nossos pensamentos atraem as coisas que nos acontecem.
As luzinhas de Natal, os sinos a tocar, as deliciosas iguarias em cima da mesa, as várias campanhas de entreajuda, são apenas uma parte do Natal. A outra parte está dentro de nós, dentro de tudo aquilo que sentimos, dentro de tudo aquilo que somos.


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Fábio Teixeira

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