SAUDADES DE TI


Acredito que este texto irá representar muitas pessoas. 
Novembro, 2014.


Tenho saudades do tempo antigo, acredita. E, de ti, quando te conheci. Tenho saudades do teu olhar profundo, intenso e misterioso. Esse olhar que me agarrou, me enfeitiçou, me conquistou por completo. Um olhar límpido, alegre, e acima de tudo, sincero. Tenho saudades da tua voz engraçada. Do teu sotaque ao dizeres ‘um’, ‘não’, ‘chão’, ‘sempre’. Sinto saudade das inúmeras vezes que te pedi para repetires estas palavras, só para poder sorrir mais uma vez. 


Também tenho saudades das mãos dadas, de quando saía das aulas mais cedo – com a desculpa de que tinha que ir fazer qualquer coisa –, e me sentava contigo naquele banco amarelo, em dias cinzentos e frios, tão típicos do Inverno. Tenho saudades da nossa cumplicidade, da nossa forma única de estar um com o outro. Tenho saudades de quando me pedias para te ir buscar o almoço fora da escola. Saudades de te ouvir dizer, quase em múrmuro, e por entre muitos risos tímidos: ‘gosto de ti’. Saudades dos passeios, em que me falavas de ti e das tuas coisas. Saudades de falar contigo de manhã à noite, e mesmo assim achar pouco tempo. Saudades do meu olhar a cruzar-se com o teu logo pela manhã. Tenho saudades de ti a queixares-te de que ninguém te queria. Saudades dos olhares cúmplices que trocávamos pelos corredores da escola. Saudades do nosso abraço de ‘pazes feitas’, durante aquele intervalo, em que estava quase a nunca mais te falar. Saudades das tuas infindáveis mensagens do tipo: ‘não respondes?’, ‘não falas?’, ‘porque não respondes?’… Enquanto me lembro de tudo de que sinto saudades, esboço muitos sorrisos. É que sofri, é verdade. Mas acredita, que também fui muito feliz.

Tenho saudades dos nossos almoços juntos, das nossas tardes passadas a conversar. Saudades do dia em que no meio de uma brincadeira, caímos um sobre o outro e nos rimos de uma maneira super feliz e sincera. Tenho saudades de discutir contigo por causa das tuas atitudes incorrectas comigo, por saberes que eu não gostava, e por continuares a fazê-las. Nunca pensei que houvesse um fim. Nunca. Não no decorrer deste tempo, de que me estou a relembrar. Ahhh, e tenho saudades de ti, a insistires para fazermos as pazes. Saudades de ti, quando me dizias que só eu já te fazia feliz. Saudades do dia em que tiramos as nossas primeiras fotos. Do dia em que fomos almoçar à pizzaria, e totalmente feliz por estar contigo, depois de meses sem nos vermos, me esquecer de pedir a tua pizza. 

Saudades de ti, e de um tempo perfeito e sinceramente feliz, que infelizmente não mais voltará.

INSTAGRAM: @fabioteixeira7

Fábio Teixeira

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O ETERNO DINO

A VIDA E O AMOR DÃO MUITAS VOLTAS

GERAÇÃO MORANGOS