SIMPLESMENTE FANNY



   Por mais concorrentes que venham, não vou conseguir gostar tanto de algum como gosto da Fanny. Gosto dela desde o primeiro dia em que entrou na Casa dos Segredos. Gostei logo da sua alegria, boa-disposição, da sua franqueza e honestidade. Para mim, a Fanny, é a concorrente mais transparente, emocional e carismática que participou no reality show.
  Teve uma participação polémica, foi muitas vezes baixa nas palavras, mas foi sempre ela. No seu melhor e no seu pior, foi ela.
  Vivi muito essa edição. Participei em grupos de apoio, o mais conhecido «O Movimento», estive sempre sintonizado ao que se passava na Casa, defendi e apoiei sempre a Fanny. Muitas pessoas, como ainda hoje acontece, preferem olhar para o lado negativo, preferem diminuir e ofender a tentar compreender, a tentar pôr-se no lugar dos outros. Na altura, vi comentários ainda mais baixos e porcos do que as palavras proferidas pela Fanny nos seus momentos de fúria.
  A Fanny apaixonou-se. Com toda a sua verdade, com toda a emoção, com toda a intensidade. Nem sempre teve as melhores atitudes, nem sempre foi correta nas palavras, mas sentindo-se insegura, sem saber o que esperar do futuro, quem teria uma melhor postura? No amor, as pessoas precisam sentir-se seguras. Ela não se sentia. E com razão. 
  Entrou para divulgar o trabalho do seu namorado (agora ex), que tinha como sonho ser DJ. Entrou sem saber o que vinha a seguir. Entrou, e lembro-me bem disto, a dizer que o seu «Dioguinho» era tudo para ela e que não havia espaço na sua vida para uma nova paixão. Mas a vida, alterou-lhe os planos. Lá dentro apaixonou-se, viveu uma das histórias mais intensas e marcantes de toda a história do programa. Até hoje, a frase que pronunciou na falsa desistência do seu ‘parceiro’ de jogo ecoa por aí: «Bates forte cá dentro!». E bateu. E todos nós percebemos. Apaixonou-se de verdade. Esse foi o seu maior problema.
  Foi das concorrentes mais polémicas, das primeiras a sair com uma percentagem esmagadora, com um país inteiro nas costas a xinga-la e a maltratá-la. As pessoas quiseram-na ferir, quiseram vê-la mal, quiseram vê-la sofrer. Só que ela não se deu por vencida. Saiu sorridente – com aquele sorriso honesto e contagiante que sempre a caracterizou –, a cantar e a dar importância apenas aos que gostavam dela. Saiu e amadureceu com o tempo. Tornou-se numa pessoa mais madura, mais consciente…tornou-se numa pessoa melhor.
  Hoje tem a sua família, o seu negócio, as pessoas já a vêem de forma diferente e agora vai lançar um livro! Deu a volta por cima e com todo o mérito merece ser aplaudida. Conseguiu fazer dos erros, lições e dos obstáculos, força.
  Não deve ser fácil ter tantas pessoas a humilhar-nos, a insultar-nos, a chamar-nos de Popotas, mas o importante é saber quem somos, valorizar quem está lá para nós e desvalorizar o ódio que tantas vezes se propaga pelas redes sociais. É mais fácil odiar, dizer mal, do que apoiar, dar um conselho, dar a mão.
  A Fanny é um exemplo de superação, de aprendizagens, de evolução. A Fanny é transparência, honestidade, emoção. A Fanny é a prova de que todos nos podemos tornar melhores, se formos capazes de aprender com os erros, de sermos fiéis a nós mesmos, de nunca perder a nossa essência e tudo aquilo que nos caracteriza.

  Gostei tanto da Fanny, que me inspirei na sua história dentro da Casa dos Segredos 2, para escrever um breve romance. São assim as primeiras linhas:

«Quando sentires saudades minhas, olha para a lua que eu também vou estar a olhar, e vai ser esse o ponto onde nos encontramos.»
Foram muitas as tentativas para te escrever esta carta. Nem imaginas quantas folhas rasgadas estão espalhadas pelo chão do meu quarto. Provavelmente não tantas como os pedacinhos do meu coração partido, que está impregnado de lembranças de nós dois.
Decidi começar esta carta com uma das muitas frases que me pronunciaste. Talvez aquela que mais me marcou.»


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Fábio Teixeira


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