OPINIÃO: MANUEL LUÍS GOUCHA VERSUS TERESA GUILHERME
Como
a maioria das pessoas, cresci a admirar o apresentador Manuel Luís Goucha. Pela
postura, pela alegria, pela maneira divertida como apresenta os seus programas,
pela verdade que muitas vezes transmite, pela forma direta com que fala dos
temas mais delicados, pela maneira como fala de si mesmo sem pudor ou medo do
que poderão dizer. Sempre gostei da sua maneira de estar, admirei os seus
conhecimentos – tantas vezes o apelido de Enciclopédia Ambulante – e aplaudi
alguns discursos. Fui sempre um fã deste Homem.
Fui
e sou. Mas ser fã, para mim, não é aplaudir tudo o que se ele diz e faz. Há
coisas com as quais não concordo. E é disso que quero falar.
Tenho notado muitas diferenças no Goucha
desde que começou a apresentar o Secret Story. A diversão e alegria continuam
lá, a sua verdade e a sua confiança também, mas o ego alto e a ‘mania’ da superioridade são um grande destaque.
Compreendo que ter um público que vive a dizer
que somos os melhores e os maiores nos faça perder o pé. Afinal, quem não gosta
de ser idolatrado, amado, apoiado? Ninguém. E lamento que o Goucha, nestes
últimos meses, se demonstre uma pessoa pouco humilde e de simplicidade zero.
Ser um ótimo apresentador, não invalida que
os outros não sejam tão bons quanto ele. E ele tem desvalorizado - e muito - a antiga apresentadora do formato que hoje apresenta. Por diversas vezes o ouço referir-se à
Teresa Guilherme como a outra, a casamenteira, muitas vezes o ouço a
menosprezar as anteriores edições e os antigos concorrentes, que tal como ele
diz, são os protagonistas do programa, porque sem eles não existiria a Casa dos
Segredos e nem os apresentadores ganhariam esse dinheiro. Isso demonstra o quê
da parte dele? Simplicidade e humildade?
E agora a minha opinião clara e límpida. Por
muito que admire o Goucha, por muito que o considere um ícone, por muito que o
aplauda e me divirta com ele, eu não consegui sentir a mesma emoção que sentia ao
ver as galas do Secret Story. A Teresa chorava, ria, divertia, era extremamente
emocional. Foi do que mais senti falta na última gala; da emoção com que a
Teresa dizia «adeus», da forma sentida e chorosa como via a VT dos seus
melhores momentos, da tristeza que sentia ao ver as luzes da Casa apagarem-se. A
Teresa era como o público: vivia tudo aquilo ao máximo, com toda a emoção, com
toda a sua garra. Tantas foram as vezes em que ela defendeu aquele formato e a
vasta equipa que está por trás dela.
Mas
ser bom não é ser perfeito, e a Teresa cometeu muitas falhas. Ser imparcial foi
a maior delas. Tratar uns concorrentes como filhos e outros como enteados, foi
outra.
Mas
se achávamos que seria diferente com o Goucha, enganamo-nos. O Goucha foi
igualmente imparcial, demonstrou claramente as suas preferências, levou as
galas com o seu habitual humor – mas sem emoção – e o programa só mudou na
educação dos concorrentes e no facto de ter sido mais soft em imagens violentas e discussões. Mais
nada. As manipulações continuam, como sempre. E não se trata só de manipular
votações, trata-se de manipular o público quando a produção escolhe as imagens que convêm
e não as que transmitem a realidade das coisas.
A Teresa
não queria guerras como se escreve, ela apenas seguia o guião que lhe davam. O
Manuel, de forma mais subtil, tentou criar guerrinhas também. Aquele
confessionário com a Carina, em que lhe mostraram a sua VT de apresentação e
logo de seguida a expulsaram, não foi uma forma subtil de a incitarem a ser a
vilã para criar «guerra» e imagens? Este programa vive disso. É o que dá
audiências. E por muito sucesso que o Secret 7 tenha tido, os maiores números
ainda são os da Casa 2, 3 e 4.
Admiro o Goucha, sim. Conduziu a sétima edição ao seu estilo e merece todo o crédito por isso. Mas «cada macaco no seu
galho».
Este
texto é uma opinião pessoal minha.
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