ESQUECER UM GRANDE AMOR


É fácil perceber quando estamos prestes a deixar de gostar de alguém. São pequenos sinais, quase imperceptíveis, que vão surgindo sem que nos apercebamos deles. Deixamos de gostar de alguém quando estamos preparados para isso, mesmo que não o saibamos.

Quando estamos prestes a «esquecer» alguém, as faltas de atenção já não nos atingem, as mensagens que não recebemos a toda a hora já não fazem falta, já não temos o mesmo interesse em estar com a pessoa, e se hoje não der para marcar um encontro, já não sofremos com isso. Vamos perdendo o interesse em falar, em estar, em escrever amo-te no fim de todas as mensagens. Já não planeamos mais viagens e projectos, porque deixamos de imaginar um futuro com aquela pessoa. Não fazemos um esforço para não adormecer e assim continuar a falar ou escrever mensagens pela noite dentro. Tudo começa a morrer sem que saibamos o porquê e, às vezes, nem acreditamos que isso possa estar a acontecer, porque convencemo-nos de que iríamos amar aquela pessoa para sempre. Esquecemo-nos de que todo o amor que não é alimentado, um dia morre, evapora-se, dilui-se no tempo.

O tempo é assim: altera, transfigura, dilui, evapora e faz-nos mudar até o que achávamos nunca ser capazes de mudar.

Nunca esquecemos uma pessoa que nos marcou e que nós amamos com todo o nosso coração, mas deixamos de amar, deixamos de gostar, principalmente quando a pessoa nunca retribuiu os mesmos sentimentos, nem fez nada que alimentasse esse amor. E tudo vai acontecendo, muitas vezes sem o forçarmos a acontecer, e quando damos por isso, acordamos num dia qualquer e o ar não pesa e o dia corre sem angústia ou tristezas.  O vazio presente no nosso peito deixa de existir e tudo o que nos parecia impossível está a acontecer. E é tão bom quando o nosso coração começa de novo a ganhar vida e a bater ao nosso ritmo. É tão bom voltar a sentir que estamos entregues a nós mesmos de novo. É tão bom sentir que a nossa felicidade, afinal, está dependente de nós mesmos e que não necessitamos de mais ninguém para isso.

É bom amar, mas é ainda melhor esquecer alguém que nunca nos conseguiu fazer felizes e que nunca soube – ou quis – alimentar o nosso amor. O para sempre existe, mas apenas para aqueles que o querem ao mesmo tempo e para aqueles que aliam esforços para atingirem esse objectivo.

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Fábio Teixeira

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