Acredito que te conheço de outras vidas, de outros tempos (...)
Há dias em que parece que a minha cabeça vai explodir. Há dias em que as memórias me assombram e teimam em perturbar o meu sorriso. Todos os dias luto para sobreviver à tua ausência, todos os dias sofro por não ter na mão a oportunidade de mudar tudo. Há dias em que a saudade me abraça, me esmaga, aperta o meu coração e provoca-lhe dor. Muita dor. Há dias assim, em que a vontade é de pôr as mãos na cabeça e pedir que tudo passe, que a tempestade vá embora o mais rápido possível e que provoque o mínimo de estragos possível.
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Forço-me a não procurar nada de ti, a não ver fotografias tuas e a não visitar as tuas redes sociais. Forço-me todos os dias a esquecer o que não esqueço e a tentar compreender o tanto de coisas que são um eterno ponto de interrogação na minha cabeça. Mas a vida, o universo, ou lá quem for, não facilita nada.
Sonho contigo algumas vezes. Assim do nada. Adormeço e lá estás tu, dentro dos meus sonhos. Dentro da minha alma. Eu não consigo encontrar as palavras certas que descrevam a imensidão do meu amor por ti. Parece algo tão transcendental, tão fora da razão, da compreensão humana. Eu olho para ti e encontro tudo o que preciso. É como se fosses a minha metade, a peça chave de um puzzle que precisa ser montado dentro do meu coração.. Olho para ti e apesar de todas as diferenças que nos desunem, algo em nós encaixa na perfeição. É como se eu tivesse que aprender coisas contigo e tu comigo. É como se a nossa missão na Terra seja sermos professores um do outro.
Pensa no dia em que começámos a falar. Puxa a cassete atrás e recorda-te desse dia. Nós os dois, naquele caminho, numa conversa trivial, que acabou por mudar tudo. Lembras-te da afinidade, do à vontade que tivemos um com o outro, sem quase nos conhecermos? Lembras-te do que foste comigo? Do que fizeste comigo? Lembras-te? Lembras-te da parte de ti que só eu conheço? Lembras-te de nós? Dos nossos planos?
Há dias em que uma nuvem negra paira sobre a minha cabeça e me faz refletir sobre tudo isto. Para onde foi todo aquele carinho, toda aquela confiança e aquela sensação de estar em casa? Para onde nós fomos? Onde é que nós andamos? Será que também te sentes pela metade? Será que tens os dias sombrios que eu tenho? Será que eu também apareço nos teus sonhos? Será que também me evitas por achares que se a vida não nos quis juntos é assim que tem que ser?
Eu não consigo compreender nada. Este é um exercício de matemática que não consigo resolver. Só sei que te conheço, que sei melhor do que ninguém quem és de verdade. Sinto que sei tudo sobre ti como eu sei que tu sabes tudo sobre mim.
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"«Antes de dizer-te adeus» é um livro que nos faz refletir sobre a vida, sobre a importância de vivermos o presente, sobre o poder milagroso do amor e sobre a tão indesejada morte."
"Uma escrita simples e brilhante. Um livro emocionante com uma mensagem clara: não podemos nem devemos deixar a vida e as pessoas para depois."
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Acredito que te conheço de outras vidas, de outros tempos, que há alguma coisa que temos que realizar juntos. Alguma missão nos foi dada. Mas talvez as escolhas erradas que fizemos nos tenham levado para longe do lugar onde deveríamos estar.
Talvez um dia tudo seja explicado. Um dia tudo fará sentido.
TEXTO FICCIONAL
Fábio Teixeira
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