SEXO, DROGAS E SELFIES | Francisco Salgueiro (OPINIÃO DO LIVRO)


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     Comprei este livro hoje. Devorei as suas 254 páginas em 4 horas. Quando entrei no mundo da Joana, nunca mais consegui parar. Fiquei sempre ansioso para descobrir o que vinha a seguir, quis desvendar o final da história, saber tudo o que esta jovem de 17 anos tinha para contar. À medida que ia virando as páginas, ia ficando cada vez mais envolvido, umas vezes ficava boquiaberto, outras, com pena da triste realidade que a protagonista enfrentava.

É quase impossível explicar o porquê de se gostar tanto do livro, sem dar spoilers do que acontece no decorrer do mesmo. A sinopse diz, que a Joana é uma miúda como as outras, aparentemente normal, com uma vida normal, estudante de um dos melhores colégios do País. Aparentemente, ela é só isto. Mas não. Com o desenrolar da história, percebemos que ela é bem mais. Percebemos que muitas das suas atitudes incongruentes são resultado de uma infância solitária, vazia, desprovida de sentimentos.

Aos 12 anos, Joana é vista como uma menina borbulhenta e cheinha, que é gozada pelos colegas da escola, posta de lado por eles, por estar fora dos parâmetros da beleza. Quando Jade, a rapariga popular, a defende e a acolhe no seu grupo de amigos, as coisas começam a mudar. Joana torna-se numa rapariga mais bonita através dos truques de beleza que aprende nos tutoriais do Youtube.
Rapidamente, Joana e as amigas iniciam as suas vidas sexuais. Sempre sem proteção, querendo apenas viver o momento, mudando de parceiros como quem muda de cuecas. É mesmo esta a realidade do livro.
Aos 14 anos, Joana vive um romance lésbico com uma das suas melhores amigas, a Katya. Vivem belos meses apaixonadas, com muito sexo à mistura. As famosas fotos (e vídeos!) pós-sexo, entram aqui. E são elas, que vão ditar muitos dos acontecimentos futuros.
Katya e Joana decidem terminar o romance a partir do momento em que percebem que a relação delas não tem pernas para andar. Primeiro porque os restantes amigos nunca iriam aceitar; e em segundo, porque a relação das duas já não as satisfaz. 
Depois de Katya, Joana inicia um romance com João; o garanhão da escola, o rapaz estiloso, surfista, que fora encornado pela ex-namorada. O que parecia ser um bom namoro, torna-se num pesadelo. João é agressivo, abusivo e extremamente controlador. É um dos responsáveis pelo final de Joana.
Entretanto, tentando fugir à vida rotineira de drogas e sexo, e do namoro infernal com João, Joana decide criar um canal no Youtube, onde começa a partilhar vídeos tutoriais sobre maquilhagem e conselhos de beleza. É aí que Joana se reencontra, que se sente feliz e completa, embora sem o apoio das amigas e do namorado.
Mais tarde, Joana conhece Karpázio, um youtuber que faz vídeos sem conteúdo algum, mas que são um sucesso na internet. (A forma como eles se conhecem é engraçada, mas eu não vou contar!).
O primeiro contacto que se tem com Karpázio não abona muito a favor dele. Eu fiquei chocado com ele. Mas, a verdade é que o rapaz dos vídeos, nada tem a ver com o rapaz que se torna amigo de Joana. É como ele diz: «criei um personagem».
Mas se até aqui a vida de Joana era má, as coisas começam a mudar. Através do seu novo amigo, Joana começa a perceber que a sua relação com João não é nada normal e muito menos saudável. Toma a decisão de terminar com ele, sem saber o que a espera depois…
Além de enfrentar a vingança do seu ex-namorado (envolve fotos e vídeos espalhados pela Internet), do caso lésbico ser exposto em toda a escola, e dos patrocinadores do seu canal deixarem de a apoiar, Joana enfrenta ainda a dura consequência do seu passado louco e delinquente.

Bom o final é desolador. Triste mesmo. Eu torci para que a Joana se reergue-se e conseguisse ser feliz. O duro de todo este livro é saber que foi real. Que a história narrada não é ficcional: aconteceu mesmo.

«- Karpázio, promete-me uma coisa. Promete-me que se eu estiver a morrer me levarás a ver o meu último nascer do sol.- Prometo.» 

O livro termina com a frase: «Estou, Karpázio. (…) Faltaste ao prometido: não me levaste a ver o nascer do sol.»

O livro é um alerta para os pais, os adolescentes, os professores, para todos os que pensam que têm filhos perfeitos, mas que nem sonham o que eles fazem quando estão na rua. É um livro duro, real, que nos faz refletir. Quando cheguei à última página, quis abraçar o livro como se abraçasse a Joana.

Leiam. Tenho a certeza que irão amar.

SINOPSE:
Joana perdeu a virgindade aos doze anos e é uma das raparigas mais populares do colégio.Ela e as amigas, aparentemente perfeitas para os pais, escondem um dia-a-dia de sexo com estranhos, sem preservativo, e muitas drogas. Noites levadas ao limite para contornarem o aborrecimento de um quotidiano em que estão sempre agarradas ao telemóvel. É o retrato de uma geração que não vive o momento, porque cada instante só lhe parece real se for registado pela câmara de um telemóvel. É a geração que depende das selfies e dos likes. Em pouco tempo, a vida da Joana e das amigas toma um rumo inesperado, e entra numa espiral descontrolada que condiciona definitivamente o seu futuro.

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Fábio Teixeira

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