"Isto não é amor": a história real que me inspirou e o porquê deste livro.

Há histórias que nos batem. Outras que nos derrubam. A da Emma Walker foi das que me deixou sem chão.

A Emma Walker tinha 16 anos. Era cheerleader, capitã da claque de apoio, sorridente, querida por todos. Tinha tudo para ser feliz, até se cruzar com o Riley Gaul. Durante muito tempo, ninguém desconfiou de nada. O namoro parecia perfeito. E no início, foi. O Riley era popular, o capitão da equipa de futebol da escola, bonito, carismático. Mas por trás da imagem de casal ideal escondia-se um ciclo de controlo, manipulação emocional e violência psicológica.
Depois de dois anos de um namoro conturbado, a Emma decidiu cortar de vez com ele. 
Foi assassinada com dois tiros na cabeça enquanto dormia, na cama da sua casa.
Quem puxou o gatilho foi o, então, ex-namorado.

Esta história não me saiu da cabeça. Não consegui ignorar. Não consegui seguir como se nada fosse.
É daquelas que nos obriga a parar e pensar: quantas Emmas vivem ao nosso lado sem que ninguém veja?
Foi por isso que escrevi Isto Não É Amor.
Não é um romance adolescente como tantos outros. É um aviso. É um espelho. É uma tentativa de pôr palavras onde tantos ainda só existe silêncio.
Este livro acompanha a história da Filipa, uma adolescente portuguesa de 17 anos que se apaixona pelo rapaz mais desejado da escola: o capitão da equipa de futebol. No início, tudo parece um sonho. Há flores, beijos, promessas. Mas aos poucos, o que parecia amor revela-se outra coisa.
O Diogo começa a controlar. Reclama da roupa. Exige respostas imediatas. Isola. Manipula. Depois, grita. Depois, magoa.
E tudo isto enquanto continua a dizer “amo-te”.
A história da Filipa é ficção. Mas a base é real.
É inspirada em factos, relatos, testemunhos, padrões repetidos em centenas de histórias que acabam da pior forma.
E mesmo sendo ficção, tudo o que está no livro já aconteceu a alguém. É isso que assusta.
É isso que devia preocupar-nos.

“Este livro não é sobre o amor. É sobre tudo aquilo que se disfarça de amor para se infiltrar na vida de alguém e destruí-la aos poucos.”

O objetivo de Isto Não É Amor nunca foi o de romantizar o perigo. Quis mostrar como é fácil cair numa relação abusiva sem perceber. Como até os mais atentos podem não ver. Como os sinais são silenciosos, mas devastadores.

O livro é o diário íntimo da Filipa. E nesse diário ela relata a sua história.
A história de uma miúda que se vai apagando aos poucos. Que vai deixando de dançar, de sorrir, de sair com os amigos. Tudo por alguém que diz amá-la… mas que a vai diminuindo todos os dias.

“O perigo não começa com um murro. Começa com uma mensagem a perguntar onde estás.”

Escrevi este livro também a pensar nos pais, nos professores, nos amigos. Em todos os que podem salvar uma Filipa se souberem olhar melhor, ouvir melhor, perguntar melhor. É por isso que este livro deve ser lido nas escolas. Porque a educação salva vidas. Porque precisamos de ensinar aos adolescentes que o amor não dói. Que ter ciúmes não é prova de carinho. Que quem controla, não cuida. Que quem ama, liberta.
Não quero que este livro seja apenas mais uma história trágica. Quero que sirva de alerta. De conversa. De espelho.
Quero que quem o leia reconheça padrões, pense em alguém, ou pense em si. E, acima de tudo, que faça alguma coisa.

“Se este livro abrir os olhos de uma rapariga que esteja a passar por isto, já valeu a pena.”

Este não é um livro para entreter.
É um livro para acordar consciências.
E, quem sabe, para salvar alguém.


O livro será lançado ainda no mês de junho. Acompanhe tudo nas minhas redes sociais.

Capa oficial do livro "Isto não é amor" de Fábio Teixeira.




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