Tu és a minha história, a parte mais bonita da minha vida.


SIGA-ME NAS REDES SOCIAIS

INSTAGRAM: @fabioteixeira7



CAPÍTULO 1


       Já pensaste como tudo começa? Um dia acordas, pensas que vais ter um dia como todos os outros, mas alguém cruza o teu caminho e muda a tua história para sempre. De um momento para o outro o coração não bate pelo ar que se respira, mas por alguém. O futuro passa a sonhar-se a dois, a vida torna-se numa festa cheia de música e de fogo-de-artifício, a nossa casa passa a ser nas nuvens e o céu torna-se sempre azul. A vida parece leve e tudo se torna um paraíso impossível de largar, o ar parece perfumado e os problemas parecem ser todos ultrapassáveis. De todas as sensações que o amor oferece, a sensação de que nos tornamos invencíveis, é a que mais gosto. 
Mas o pior vem depois, depois do início, depois do coração sair do nosso peito e fazer de outra pessoa a sua morada.

Até te conhecer, acreditava que o amor podia tudo, que enfrentava tudo, que era invencível e que nada podia separar duas pessoas que nasceram para se encontrar. As novelas ensinam-nos tudo isso, mas a vida real é outra coisa. Na realidade, o amor é só um sentimento que nem sempre sobrevive às diferenças, ao medo, ao preconceito, à vida. Na vida real, o amor quase nunca é invencível, quase nunca pode tudo, quase nunca enfrenta os obstáculos que se colocam à sua frente. O amor sozinho não pode nada. É preciso mais que amor para que duas pessoas consigam ficar juntas. Precisa-se do mesmo timing, de segurança para o assumir, de coragem para o viver, de força e determinação para o salvar, e, sobretudo, de se estar preparado para tudo isso. Nenhum de nós estava. Nem eu. Nem tu.

Percebi tudo isto quando nos separámos. No início, acreditei que já não te amava. Acreditei que as desilusões e as más atitudes que tiveste comigo tinham conseguido destruir o que de mais sólido tive na vida. Passou algum tempo sem que me lembrasse de ti, sem que parasse para pensar no que estaria a acontecer contigo, onde andarias, o que estarias a fazer. Estava cansado, esgotado, sem forças, descrente do futuro, do amor, da vida. Sentia-me vazio, ferido, magoado, rejeitado, desiludido. Sabes o que é entregares o teu melhor a alguém que parece não te ver? Sabes o que é doares tudo de ti e não receberes nada? Sabes o que é amar profundamente alguém que nunca olha para ti com olhos de ver e que te faz sentir imensamente vazio? Foi assim que eu me senti. Durante algum tempo, depois de me ter ido embora, de te ter virado as costas, o meu coração desconectou-se de ti. Mas a minha alma, essa, continuou sempre ligada à tua. Tu és a minha história, a parte mais bonita da minha vida. E, por muito mal que me tenhas feito, nunca consegui odiar-te. Nunca. O que me ligou a ti foi sempre amor. Um amor sofrido, incompreendido, e o mais teimoso e obstinado que já conheci até hoje. Um amor tão avassalador, tão forte, que nunca esmoreceu, nunca se diluiu no tempo… um amor que parece um incêndio que nunca se apaga, que é tão profundo como as águas dos oceanos. Nunca saberás o que estou a tentar dizer-te porque nunca estarás dentro de mim, nunca sentirás o que me corre nas veias e o que palpita no meu peito. Nunca entenderás estas linhas, porque tu não és eu. Mas eu sou muito tu.
Há muitos anos, o meu coração fez de ti a sua morada. O tempo passou, anos se passaram, nós nunca mais nos vimos, nunca mais falámos, nunca mais fizemos parte da vida um do outro, mas o meu coração ainda está contigo. Sabes do que tenho medo? Que ele nunca mais volte. Tenho medo de passar a minha vida inteira a viver um amor solitário, sem futuro, sem final feliz. Mas algo me diz que não será assim. Algo me diz que a vida, o universo, o destino, têm uma reviravolta necessária e capaz de mudar toda a história. A vida é um ovo kinder que reserva sempre uma surpresa. 

Passaram dez anos desde o dia em que fiz as malas e rumei para o Luxemburgo. Passaram-se dez anos desde que te deixei para trás depois de descobrir o que fazias nas minhas costas. Passou muito tempo e, ao mesmo tempo, parece que foi há umas semanas.
Penso em tudo isto assim que piso de novo o chão desta vila, a mesma que abandonei há dez anos e onde jurei não mais voltar. Voltar aqui é voltar atrás, é relembrar tudo o que passei, é sentir que cada cantinho tem um pedaço da minha história, que o passado é um puzzle que serei obrigado a montar. Voltar aqui, é voltar a ti. E talvez seja isso que eu precise neste momento: voltar a ti. Voltar a nós. Voltar ao que tem que ser.



Fábio Teixeira

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O ETERNO DINO

A VIDA E O AMOR DÃO MUITAS VOLTAS

GERAÇÃO MORANGOS