Tu és a minha história, a parte mais bonita da minha vida.
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CAPÍTULO 1
Já pensaste como tudo começa? Um dia
acordas, pensas que vais ter um dia como todos os outros, mas alguém cruza o
teu caminho e muda a tua história para sempre. De um momento para o outro o
coração não bate pelo ar que se respira, mas por alguém. O futuro passa a sonhar-se
a dois, a vida torna-se numa festa cheia de música e de fogo-de-artifício, a nossa
casa passa a ser nas nuvens e o céu torna-se sempre azul. A vida parece leve e tudo se torna um paraíso impossível de largar, o ar parece perfumado e os
problemas parecem ser todos ultrapassáveis. De todas as sensações que o amor oferece, a
sensação de que nos tornamos invencíveis, é a que mais gosto.
Mas o pior vem depois,
depois do início, depois do coração sair do nosso peito e fazer de outra pessoa
a sua morada.
Até
te conhecer, acreditava que o amor podia tudo, que enfrentava tudo, que era
invencível e que nada podia separar duas pessoas que nasceram para se
encontrar. As novelas ensinam-nos tudo isso, mas a vida real é outra coisa. Na
realidade, o amor é só um sentimento que nem sempre sobrevive às diferenças, ao
medo, ao preconceito, à vida. Na vida real, o amor quase nunca é invencível,
quase nunca pode tudo, quase nunca enfrenta os obstáculos que se colocam à sua
frente. O amor sozinho não pode nada. É preciso mais que amor para que duas
pessoas consigam ficar juntas. Precisa-se do mesmo timing, de segurança para o
assumir, de coragem para o viver, de força e determinação para o salvar, e,
sobretudo, de se estar preparado para tudo isso. Nenhum de nós estava. Nem eu.
Nem tu.
Percebi
tudo isto quando nos separámos. No início, acreditei que já não te amava.
Acreditei que as desilusões e as más atitudes que tiveste comigo tinham
conseguido destruir o que de mais sólido tive na vida. Passou algum tempo sem
que me lembrasse de ti, sem que parasse para pensar no que estaria a acontecer
contigo, onde andarias, o que estarias a fazer. Estava cansado, esgotado, sem
forças, descrente do futuro, do amor, da vida. Sentia-me vazio, ferido,
magoado, rejeitado, desiludido. Sabes o que é entregares o teu melhor a alguém
que parece não te ver? Sabes o que é doares tudo de ti e não receberes nada?
Sabes o que é amar profundamente alguém que nunca olha para ti com olhos de ver
e que te faz sentir imensamente vazio? Foi assim que eu me senti. Durante algum
tempo, depois de me ter ido embora, de te ter virado as costas, o meu coração
desconectou-se de ti. Mas a minha alma, essa, continuou sempre ligada à tua. Tu
és a minha história, a parte mais bonita da minha vida. E, por muito mal que me
tenhas feito, nunca consegui odiar-te. Nunca. O que me ligou a ti foi sempre
amor. Um amor sofrido, incompreendido, e o mais teimoso e obstinado que já
conheci até hoje. Um amor tão avassalador, tão forte, que nunca esmoreceu,
nunca se diluiu no tempo… um amor que parece um incêndio que nunca se apaga, que
é tão profundo como as águas dos oceanos. Nunca saberás o que estou a tentar
dizer-te porque nunca estarás dentro de mim, nunca sentirás o que me corre nas
veias e o que palpita no meu peito. Nunca entenderás estas linhas, porque tu
não és eu. Mas eu sou muito tu.
Há
muitos anos, o meu coração fez de ti a sua morada. O tempo passou, anos se
passaram, nós nunca mais nos vimos, nunca mais falámos, nunca mais fizemos
parte da vida um do outro, mas o meu coração ainda está contigo. Sabes do que
tenho medo? Que ele nunca mais volte. Tenho medo de passar a minha vida inteira
a viver um amor solitário, sem futuro, sem final feliz. Mas algo me diz que não
será assim. Algo me diz que a vida, o universo, o destino, têm uma reviravolta
necessária e capaz de mudar toda a história. A vida é um ovo kinder que reserva sempre uma surpresa.
Passaram
dez anos desde o dia em que fiz as malas e rumei para o Luxemburgo. Passaram-se
dez anos desde que te deixei para trás depois de descobrir o que fazias nas
minhas costas. Passou muito tempo e, ao mesmo tempo, parece que foi há umas
semanas.
Penso
em tudo isto assim que piso de novo o chão desta vila, a mesma que abandonei há
dez anos e onde jurei não mais voltar. Voltar aqui é voltar atrás, é relembrar
tudo o que passei, é sentir que cada cantinho tem um pedaço da minha história,
que o passado é um puzzle que serei obrigado a montar. Voltar aqui, é voltar a
ti. E talvez seja isso que eu precise neste momento: voltar a ti. Voltar a nós.
Voltar ao que tem que ser.
Fábio Teixeira
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