A vida faz-nos passar pelas situações mais adversas para nos mostrar até onde vai a nossa força

Estes anos longe do Duarte fizeram-me entender que, embora sozinha, posso ultrapassar tudo. Nem sempre é fácil, mas consegue-se.

 
    Há uns tempos, li na Internet que o cancro aparece na vida das pessoas que têm que mudar a direção das suas vidas e que não o fazem. É como se o cancro aparecesse diante delas para as fazer ver o que estavam a fazer de errado ou o que não estavam a valorizar como deveriam. No meu caso, arrisco-me a dizer que a leucemia apareceu para me fazer perceber que a vida é um bem escasso e que o tempo voa como um pássaro em busca da liberdade. Antes disso, estava demasiado focada em sofrer pela ausência do meu grande amor.
   Quando me afastei do Duarte, deixei de viver por um longo período de tempo. Deixei que a minha vida estagnasse porque não consegui andar para a frente. Fechei-me dentro de casa, deixei de sair com amigos, entreguei-me à solidão.
   Mas, apesar do meu coração viver mergulhado na tristeza, as pessoas nunca se aperceberam disso. Fora do meu quarto era uma personagem heróica, que aparentemente não tinha problemas e que estava sempre feliz. Diante dos outros, eu sempre aparentei estar bem, brincava com tudo e com todos, emprestava largos sorrisos a quem precisasse deles. Por vezes conseguia esquecer a minha tristeza quando dava momentos de alegria a pessoas que estavam em situações piores do que eu estava. Nunca deixei que a minha tristeza profunda transparecesse para o mundo, porque nunca gostei de partilhar com os outros as minhas dores, as minhas angústias, os meus problemas. Há quem lhe chame força, eu chamo-lhe atos continuados de estoicismo.

SIGA-ME NAS REDES SOCIAIS

   A vida obriga-nos a aguentar tudo e a encolher os ombros quando a nossa vontade não chega para mudar as coisas que nos fazem sentir mal. Há coisas que a vida nos impinge e que se revelam inelutáveis.
   Há quem diga que o sofrimento ajuda-nos a crescer e que é  devido a ele que nos tornamos pessoas melhores. Eu não podia estar mais de acordo. Apesar da travessia que fiz, posso dizer que cresci e amadureci. Eu não sou mais a Mariana que era antes de me afastar do Duarte. Aquela Mariana dependente, insegura, que vivia com medo de perder o seu grande amor, já não existe. Estes anos longe do Duarte fizeram-me entender que, embora sozinha, posso ultrapassar tudo. Nem sempre é fácil, mas consegue-se.
   Eu passei pela morte do meu avô, pela descoberta da leucemia, pelos tratamentos corrosivos, pela falsidade de algumas amizades, pela ausência de familiares que me eram tudo e que agiam comigo como se eu não lhes fosse rigorosamente nada, completamente sozinha. Descobri a minha força diante de todos esses acontecimentos. Hoje sei que sou forte e que a vida, por mais impiedosa que seja, faz-nos passar pelas situações mais adversas para nos mostrar até onde vai a nossa força, aquela que muitas vezes julgamos não ter, mas que, afinal, temos.
   Apesar de todas estas lições e de reconhecer toda a minha força, a tristeza por não ter o Duarte comigo ainda me pesa. Ele é o amor da minha vida e, independentemente do que aconteça, eu sei que vou amá-lo para sempre. Porque sempre o amei. Apesar das adversidades, dos contratempos, das desilusões, das mentiras, das escolhas que ele fez e que nos afastaram. Eu amo-o. Contra tudo e contra todos. E, talvez, a minha maior luta neste mundo seja essa.


ACABOU DE LER UM EXCERTO DO LIVRO 'ANTES DE DIZER-TE ADEUS'

LIVRO À VENDA

"«Antes de dizer-te adeus» é um livro que nos faz refletir sobre a vida, sobre a importância de vivermos o presente, sobre o poder milagroso do amor e sobre a tão indesejada morte."

"Uma escrita simples e brilhante. Um livro emocionante com uma mensagem clara: não podemos nem devemos deixar a vida e as pessoas para depois."


 COMPRE AQUI: 

https://cordeldeprata.pt/livraria/antes-de-dizer-te-adeus/


Comentários

Mensagens populares deste blogue

O ETERNO DINO

A VIDA E O AMOR DÃO MUITAS VOLTAS

GERAÇÃO MORANGOS