NÃO VALE A PENA AMAR SOZINHO | Novo livro de Fábio Teixeira

 

Neste novo livro, o autor - que tem conquistado milhares de pessoas em diversas redes sociais - reúne os melhores textos para que os leitores possam guardá-los, para sempre, na sua estante. Este é um livro para ler e reler as vezes que quiser!

SINOPSE

Em "Não Vale a Pena Amar Sozinho", somos convidados a mergulhar nas profundezas do coração humano, onde as emoções dançam entre a dor e a esperança. Esta antologia poética e reflexiva reúne textos que exploram a complexidade do amor em todas as suas facetas — desde a euforia do primeiro beijo até a tristeza da despedida. Através de palavras que ressoam com a autenticidade da experiência humana, o autor convida-nos a confrontar as feridas que o amor pode causar, mas também a reconhecer a luz que sempre se esconde à espreita.

Cada página é um convite para refletir sobre a importância da partilha, do vínculo e da vulnerabilidade que vêm com o ato de amar.

Prepare-se para sentir, chorar e sorrir, pois "Não Vale a Pena Amar Sozinho" é um cântico à beleza das relações humanas e à promessa de recomeços, onde cada fim é também um novo começo.

Páginas: 221

Lançamento: 26 de novembro 2024

Disponível em livro físico e ebook.

TRECHOS

"Queria ter-te conhecido antes, muito antes, para que nenhum de nós os dois tivesse medos ou cicatrizes. Queria ter estado contigo quando o teu coração descobriu o que era o amor, quando o teu corpo descobriu o que era o desejo. Queria viver contigo todas as descobertas, todas as primeiras vezes.

Queria estar contigo desde o início, antes que pudesses sofrer, porque se assim fosse eu estaria do teu lado a amar-te e entregando tudo de mim... e juntos poderíamos ter aprendido, desde sempre e juntos, as lições da vida e do coração.

Queria ter-te conhecido quando as tuas esperanças começaram a nascer, quando os teus sonhos ainda eram puros e os teus ideais ainda ingénuos.

Pena termo-nos encontrado só agora, já com o coração viciado em outros amores, mergulhados em desgostos que nos mudaram, com uma imagem meio falsa do que é felicidade, do que é entregar-se, do que é amar alguém. Gostaria que nos tivéssemos apaixonado quando éramos apenas dois seres humanos puros e livres da toxicidade. Queria ter-te encontrado numa outra vida, num outro tempo, em que não precisássemos temer o nosso futuro, nem os nossos sentimentos. Queria que tudo fosse mais simples, sem os complexos que nos aprisionam, sem os medos que nos desestabilizam, sem as culpas que nos consomem, sem o peso dos erros que nos esmagam. Gostaria que pudéssemos viver o amor quando ainda éramos inocentes e acreditávamos que a vida e as pessoas são tão cor de rosa como os contos de encantar nos dizem. Mas não; eu e tu somos apenas duas pessoas quebradas pela vida, pelas pessoas, pelas histórias falhadas que já vivemos e que não souberam consertar-se uma à outra."

 

"Para de insistir, de discutir, de reclamar. Para de escrever textões para explicar o que sentes para uma pessoa que não entende os teus sentimentos. Para de ficar aí à espera de atitudes que nunca chegam e de mudanças que nunca acontecem. Para de cobrar o que mereces mas que não estás a receber. Para de permanecer na vida de uma pessoa que está a fazer de tudo para que tu saias dela. Para de acreditar que o mínimo alimenta alguma coisa. Para de te rebaixares, de te diminuíres, de te desvalorizares… porque é isso que estás a fazer quando aceitas viver de migalhas, do pouco, do quase nada. Para de implorar que alguém melhore. Para com esse desgaste emocional que te está a tirar a paz. Mete um travão nisso tudo por mais que te doa. Entende: não há dor que não passe, nem tristeza que não vá embora. Não importa se estamos a falar de uma amizade, de um amor, de um familiar. Simplesmente, para. Para de sustentar uma história que não anda para a frente. Para de querer na tua vida uma pessoa que te prova — com as suas desatenções, más atitudes e sucessivas falhas — que estar na tua vida ou não, nem lhe faz diferença. Ninguém merece passar pela humilhação que é querer manter na sua vida uma pessoa que não quer lá estar. Porque se quisesse não te faria tudo o que está a fazer. Para. Já tentaste vezes demais, já escreveste demasiados textões, já gastaste todas as palavras. Tudo o que havia para ser dito, já foi. Se a pessoa não mudou, não melhorou, foi porque não quis. Aceita isso e segue. Não te resta fazer mais nada. Dói, não é fácil, tudo que envolve sentimentos verdadeiros sempre mexe com as nossas emoções, mas continuares aí, dessa maneira, não te vai levar a lado nenhum. Se os outros não reconhecem o nosso valor, se não compreendem o que a nossa presença significa, se não aproveitaram tudo o que tínhamos para oferecer, é problema deles, não nosso. Então, para. Tu deste o teu melhor. Evitaste o fim de todas as formas. Mas não deu, paciência. Avança. O caminho da vida é para a frente. E melhores pessoas e histórias estão à tua espera. Do que estás à espera para as agarrar? A vida premeia o bem, tu terás a tua recompensa por tudo isto… confia."

 

"E foram tantas as horas que eu perdi a olhar para o telemóvel à espera de uma resposta, de uma mensagem. Foram tantos os dias que passaram pelo calendário até que eu conseguisse reunir forças para fazer o que tinha que ser feito. Até que, naquela tarde quente de agosto, ganhei coragem e apaguei o teu número, as conversas, tudo o que me fizesse lembrar de ti. Lembro-me de sentir o meu coração apertado, como se o meu peito se tivesse estreitado e uma força maligna o estivesse a tentar destruir. Mas eu não podia continuar a permitir que ninguém, nem mesmo tu, a pessoa a quem tanto me dediquei, de quem tanto gostei, por quem me sentia capaz de mover céus e terra, por quem daria tudo, me entristecesse daquela forma. Eu não o merecia. Muito menos depois de tudo o que havia feito por ti quando o teu coração se desfez em pedaços e eu fui o teu único porto de abrigo. Já reparaste que eu entrei na tua vida para te auxiliar no teu período de tristeza e que tu acabaste por ser o motivo da minha? 

Eu não merecia a tristeza que me ofereceste. Não, eu não merecia nada daquilo. Eu não merecia sentir aquele vazio maior que o deserto do Saara que todos os dias invadia o meu peito. Eu não merecia viver dentro daquele cansaço extremo de tudo. Eu não merecia ver-me à mercê de alguém que nunca soube valorizar o bom que a vida lhe deu de bandeja. E o facto de ter essa consciência ajudou-me a seguir em frente. 

Mas, confesso, doeu. 

Doeu muito. 

Passei por dias em que tudo o que mais desejava era desaparecer ou sair do meu corpo para deixar de me sentir tão triste. Porque deixar-te para trás custou-me muito, mais do que alguma vez possas imaginar. Mas foi necessário. Eu não podia desfazer-me mais por alguém que não faria o mesmo por mim. Eu não podia continuar a morrer um pouco mais a cada dia. Eu sentia-me a enfraquecer, como se de repente uma força invisível me sugasse a energia. Por mais que se goste de uma pessoa, há certos limites que nunca podemos ultrapassar em nome desse sentimento. A não ser que nos queiramos arruinar. A não ser que queiramos morrer. 

E eu percebi que queria viver. Que merecia sorrir, sentir-me leve, respirar sem dor, passar pelos dias sem me sentir um peso morto, um fardo que vagueava pelas ruas sem direção. Por tudo isto, eu segui. Apesar da tristeza que ainda me assombrou por um longo tempo e do vazio imensurável que no meu peito fez morada. Chorei noites a fio como se fosse uma criança perdida num lugar inóspito e escuro. Sofri muito, mesmo depois de romper todo o tipo de ligações contigo. Mas hoje, tanto tempo depois, percebo que amadureci neste longo, doloroso e penoso caminho. Hoje não sou tão vulnerável como era. Já não me sinto tão frágil como sempre fui. Percebi que existem histórias que temos que viver para endurecer. Afinal, essa é a missão da vida: endurecer as pessoas, torná-las máquinas de guerra, combatentes e resilientes, que lutam dias a fio por um final feliz que poucas vezes acontece. 

A vida vira-nos do avesso e a cada volta que ela dá mais compreendemos que poucas coisas são definitivas, que o para sempre é uma utopia, a maior invenção dos escritores. A vida tem sempre continuidade mesmo quando sentimos que ela acabou, que dali para a frente não há mais sentido para nada, que não há mais nada para acontecer. 

O fim é um recomeço. 

E todos os recomeços começam a partir do nada que ficou do fim." 

 

"Nós nunca vamos beijar-nos na chuva. 

Não iremos correr para tua casa quando o frio apertar.

Não vamos fazer amor várias vezes por dia.

Eu também nunca vou calar-te com um beijo e as nossas discussões não irão acabar na cama. Eu nunca irei observar-te enquanto dormes e nem irei fazer-te festinhas quando estiveres doente. Não vamos passar tardes a ver filmes românticos debaixo dos cobertores enquanto comemos chocolates e pipocas. Também não vamos passar madrugadas acordados a conversar. Não vamos passar as férias juntos nem conhecer a Jamaica como tantas vezes sonhámos. Não vamos competir para ver quem nada mais e melhor, nem quem aguenta beber mais shots ou quem conduz de forma mais segura. 

Nunca vamos saber como seria se tentássemos.

Nós não nos vamos ver a envelhecer.

Os nossos planos não vão concretizar-se. Eu não vou ficar com vergonha ao conhecer a tua família. Não vamos contar aos nossos amigos a longa e estranha história sobre como nos conhecemos e o que vivemos depois. As pessoas não vão olhar para nós e não irão comentar sobre como nós ficamos bem juntos. Não vamos discutir sobre quem se vai levantar para apagar a luz do quarto. Não vamos ter um futuro. Tudo isso poderia ter acontecido, mas não vai. Porque nós os dois fomos feitos para nos conhecermos, quem sabe até para nos apaixonarmos, mas não para ficarmos juntos. 

Contigo aprendi uma das lições mais duras que a vida pode ensinar: é que, infelizmente, o amor que sentimos nem sempre consegue ser maior do que todas as adversidades, diferenças e problemas."

 

"A vida muda em questão de segundos. A realidade que vivemos pode alterar-se a qualquer instante. Quando alguém sai de casa e tem um acidente, quando alguém vai a uma consulta e lá descobre uma doença que revira tudo à volta, quando de um momento para o outro a vida vem e nos mostra como tudo é frágil, inconstante e inseguro. O futuro pelo qual vivemos, afinal, pode não chegar… ou pode acontecer de uma forma totalmente diferente daquela que planeámos. Para tudo o que a vida nos traz, existe por trás uma intenção. A vida coloca-nos em situações de alerta, de grande susto, muitas vezes porque precisamos aprender a valorizar mais o tempo, as pessoas, a própria existência. Porque temos que aprender a entregar às coisas a sua real importância, o seu real significado, o seu exato valor. Coisas para as quais só vamos olhar com olhos de ver quando esse susto nos obrigar a isso. Acredito que apesar dos sustos que a vida nos pode apresentar, nem todos significam o fim. Gosto de olhar para eles como uma forma de recomeçar, de iniciar uma nova etapa. A partir dali eu sei que não serei mais o mesmo, que a minha história e a minha vida irá mudar, que a forma como eu olho para as coisas, para a vida, para as pessoas que me cercam irá alterar-se. Aquele susto está ali para me fazer enxergar melhor as coisas, para que eu as entenda como elas são… para que eu as veja longe da rotina doida em que a vida se transforma na idade adulta. Depois da lição aprendida, o susto passa, a vida recomeça e o fim afinal não foi o fim. Foi um recomeço necessário, uma aula essencial para a continuação da jornada que se segue. Às vezes temos que olhar para os pesadelos que surgem como sonhos maus que rapidamente passarão. Porque passam, como as nuvens negras desaparecem depois de todas as tempestades. No final, o sol volta a brilhar e o céu fica limpo, regressando à sua cor natural. Nem sempre é fácil ser positivo, o medo apodera-se da nossa frágil condição humana, condicionando-nos as emoções e paralisando-nos diante de situações que fogem ao nosso controlo, que transformam tudo à nossa volta num enorme ponto de interrogação. Mas tudo passa, há sempre uma solução à espera de ser agarrada. Por mais injusta que a vida seja em determinados momentos e situações, ela nunca será injusta de forma integral. Que sentido teria a vida se assim fosse? 

Apesar do medo, da revolta, do pânico, da tristeza e das injustiças que a vida nos oferece, quero acreditar que o caminho pode ser duro mas que no final irá valer a pena. Eu confio na justiça divina e no futuro que cada pessoa merece viver. Eu acredito em finais felizes. E eu sei que eles chegam à porta de quem os merece, de quem batalhou por eles, de quem passou a vida inteira a ser mais e melhor para os outros, de quem entregou sempre o seu melhor às pessoas e ao mundo. 

Eu confio. Eu acredito. Eu creio."  

 

"E de repente era eu que não tinha mais vontade de responder rápido às tuas mensagens. Via-as nas notificações mas não tinha interesse em responder. De um momento para o outro, deixei de me importar se estávamos juntos ou não, se os dias passavam sem que nada acontecesse. Comecei a não me importar com nada do que fazias e com tudo o que te acontecia. De repente, os teus sonhos transformaram-se numa banalidade para mim. A tua felicidade já não era tão importante como sempre havia sido. Tu perdeste o encanto e eu comecei a ficar cada vez mais distante. Deixei de cobrar a tua atenção e presença. Deixei de discutir contigo porque já nada me afetava mais. De repente, já não fazias mais sentido para mim, não encaixavas mais nos meus sentimentos e tudo o que nos unia desapareceu na neblina do tempo. De repente, o meu coração já não te reconhecia como sendo parte dele. De repente, o meu peito deixou de ser a tua casa ou de o tentar ser. 

De um dia para o outro, eu acordei e não senti mais aquela vontade de passar o dia a falar contigo, de marcar encontros, de construir-te um futuro onde pudesses viver só na nuvem da felicidade.

Depois de tantas decepções e de tanto te habituares a fazer porcaria comigo, algo em mim se quebrou. Assim, de repente. De um dia para o outro. 

É engraçado perceber como a vida muda. Passamos tanto tempo a pedir-lhe uma mudança que, de repente, ela chega e altera mesmo tudo… até aquilo que achávamos que ela jamais conseguiria mudar.

Talvez tenham razão quando dizem que “um dia tudo muda, principalmente se nada muda”.

Eu não mudei. Tu não mudaste.

Mas a vida mudou.

E o sentimento também. 

Agora ambos sabemos que o ditado popular “tudo o que não é alimentado um dia morre” tem a sua razão de ser."

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